Oclusão em Ortodontia

Primo Luiz Bof
Cirugião Dentista
Especialista em Prótese

Monografia apresentada à Escola de Aperfeiçoamento Profissional do ABC, para a obtenção do título de Especialista em Ortodontia
0rientadora Prof. Dra Sandra Maria Nobre David
Sã0 Bernardo do Campo, 1996

Ao Prof. Dr. Norberto dos Santos Martins, pela amizade, segurança e boa vontade demonstradas na orientação e incentivo à minha formação científica.
O meu sincero reconhecimento e gratidão.

 

AGRADECIMENTOS

À Associação Paulista de Odontologia Regional de São Bernardo do Campo, pela oportunidade concedida para a realização deste curso.

Aos Docentes do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD SBC, pela inestimável contribuição à minha formação científica.

À profª Dra. Sandra Maria Nobre David, pela orientação deste trabalho, e pelas sugestões prestadas.

À minha esposa Dra. Ines Verginia Zampieri Bof, pelo incentivo, dedicação e paciência para comigo, durante o período de realização deste curso de especialização.
SUMÁRIO

Páginas

1. LISTAS

2. RESUMO

3. INTRODUÇÃO

4. REVISÃO DA LITERATURA

5. DISCUSSÃO

6. CONCLUSÃO

7. SUMMARY

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1-LISTAS

ABREVIATURAS E SIGLAS

ATM: Articulação Têmporo Mandibular

Cl: Classe

Cl I: Classe 1

Cl II: Classe 2

Cl II div. 1: Classe 2 divisão 1

FOB-USP: Faculdade de Odontologia de Bauru da USP

mm: Milímetro

MIC: Máxima intercúspidação

OC: Oclusão Cêntrica

%: Porcentagem

RC: Relação Cêntrica

SE: Sistema Estomatognático

USP: Universidade de São Paulo

2- RESUMO

A presente revisão teve como finalidade analisar os fatores necessários para se estar ciente do objetivo que se quer alcançar ao final de um tratamento em termos oclusais. Para isso, são necessários um diagnóstico integral e um plano de tratamento, que inclua posições dentárias, oclusão funcional, posição mandibular compatível com a posição muscular e articular, e estética facial.

Atualmente o ortodontista visualiza a oclusão sob um ponto de vista mais dinâmico, com os dentes em função harmoniosa com a articulação têmporo mandibular, o sistema neuro-muscular, os tecidos periodônticos de suporte e osso basal. Os princípios gerais desta oclusão, relatam, a oclusão cêntrica dos dentes coincidindo com a relação cêntrica da mandíbula no fechamento da boca quando os dentes entram em contato, com uma relação dental de cúspide fossa, e a relação de mútua proteção dental nos movimentos excursivos , em lateralidade e protrusão, tentando através destes e outros fatores a busca de uma oclusão estável e balanceada ao termino de nosso tratamento.

Palavras chaves: Oclusão, Ortodontia, Prótese

3-INTRODUÇÃO

O estudo da oclusão e de seu relacionamento com o funcionamento do sistema mastigatório tem sido um tópico de interesse na odontologia por muitos anos. Essa relação tem se mostrado bem complexa. Um grande interesse nessa área acompanhado pela falta de conhecimento completo, iniciaram numerosos conceitos, teorias e métodos de tratamento. A primeira descrição da relação oclusal dos dentes foi feita por Edward Angle3 em 1899. A oclusão tornou-se um tópico de interesse e muita controvérsia nos anos iniciais da Odontologia Moderna, quando a restauração e substituição dos dentes tornou-se mais plausível. O primeiro conceito significativo para descrever a oclusão funcional ideal desenvolvido foi chamado de “oclusão balanceada”. Este conceito defendia os contatos de balanceio bilateral durante todos os movimentos de lateralidade e de protrusão. A oclusão balanceada desenvolveu-se primariamente para dentaduras completas com o raciocínio de que este tipo de contato bilateral ajudaria a estabilizar as bases da dentadura durante o movimento mandibular. O conceito foi amplamente aceito e com os avanços na instrumentação dental e tecnológica foi transportado para o campo da prótese fixa33-64 . Quando a restauração total da dentição tornou-se possível, começaram as controvérsias sobre a conveniência da oclusão balanceada na dentição natural. Após muita discussão e debates, o conceito de contato unilateral excêntrico foi desenvolvido para a dentição natural50-51. Esta teoria sugeria que contatos laterotrusivos (contatos de trabalho) como também contatos protrusivos devem ocorrer somente nos dentes anteriores. Ao mesmo tempo o termo gnatologia passou a ser conhecido como ciência exata do movimento mandibular e resultante dos contatos oclusais. O conceito gnatológico tornou-se popular não só para o uso na restauração dos dentes mas também como objetivo de tratamento na tentativa de eliminarmos problemas oclusais. Ele foi aceito tão completamente que pacientes com qualquer outra configuração oclusal eram considerados como tendo maloclusão e frequentemente tratados meramente porque sua oclusão não estava de acordo com o critério considerado ideal.

Mais recentemente o conceito de oclusão individual dinâmica surgiu. Ela se direciona para a saúde e funcionamneto do sistema mastigatório e não para qualquer configuração oclusal especifica40. Se as estruturas do sistema mastigatório estão funcionando eficientemente e sem deficiência, a configuração oclusal é considerada fisiológica e aceitável não importando os contatos dentais específicos. Dessa forma nenhuma mudança na oclusão é indicada. Após exame de inúmeros pacientes com uma variedade de condições oclusais e sem deficiência oclusal aparente, o mérito desse conceito é evidente. O problema enfrentado pela Odontologia atual é aparente quando um paciente com sinais e sintomas de deficiência oclusal vem ao consultório odontológico para tratamento. O dentista deve determinar qual configuração oclusal é mais provável de eliminar esta deficiência. Qual oclusão é menos provável de criar um efeito patológico para a maioria das pessoas no maior espaço de tempo? . Qual é a oclusão funcional ideal? Apesar de existirem muitos conceitos, o estudo da oclusão é tão complexo que estas perguntas ainda não foram respondidas satisfatoriamente.38

Apesar de haver hoje, nítido interesse sobre a importância da oclusão, há ainda, um alto nivel de confusão sobre diagnóstico e tratamento de problemas oclusais, especialmente no que diz respeito à relação com articulações temporomandibulares. É comum a ocorrência de tratamentos oclusais, incluindo aspectos ortodônticos, protéticos e cirúrgicos, serem realizados independentemente de qualquer consideração para com a função fisiológica das articulações mandibulares. A tendência em tratar os dentes, sem relacioná-los à fisiologia da ATM, é ignorar o fato de que os côndilos e dentes têm uma relação íntima entre si. Os dentes e as articulações são parte de uma unidade funcional. Todas as partes do sistema mastigatório são inter-relacionadas e devem trabalhar em harmonia anatômica e funcional. O equilíbrio do sistema mastigatório não pode ser conseguido separadamente da dentadura, nem a estabilidade dos arcos dentários pode ser alcançada sem estar em harmonia com as articulações, músculos e estrutura óssea. A ortodontia ortodoxa se resumia em colocar os dentes, esteticamente, bem alinhados. Deixava-se de lado, o aspecto funcional do sistema mastigatório. Há, portanto, imperiosa necessidade de se rever conceitos, e se considerar o estudo da oclusão, sempre relacionado à ATM na oportunidade de cada tratamento ortodôntico 7.

4-REVISÃO DA LITERATURA

A importância da oclusão, na ortodontia, vem do século passado, quando Kingsley30 (1880), afirmava que “a oclusão dos dentes é o fator mais importante para a estabilidade da nova posição dentária.”

Angle3 (1899), postulou as condições para uma oclusão ótima, apontando como condição sine qua non, que a cúspide mésio vestibular do primeiro molar superior deva ocluir no sulco vestibular entre a cúspide mésio vestibular mediana do primeiro molar inferior.

Karolyi29 (1901), preconizou que os dentes deveriam ser desgastados de forma a permitir maior liberdade durante os movimentos funcionais

Arnold5 (1927), preconizou o equilíbrio da oclusão, após o término do tratamento ortodôntico.

Cobin9 (1952), observou que o ajuste oclusal e outras técnicas de tratamento oclusal que reposicionam a mandíbula para a relação cêntrica, geralmente proporcionavam um alívio dos sintomas dolorosos, na região da ATM.

Jarabak28 (1956), em estudos observou a relação entre a presença da guia anterior imediata em relação aos dentes anteriores em pacientes tratados ortodonticamente.

Beyron8 (1959), observou que o desempenho mastigatório é correspondente à quantidade do número de contatos oclusais.

Ahlgren & Posselt1 (1963), concluíram que as interferências oclusais em geral, são comuns tanto nos casos com maloclusão, como naqueles tratados ortodonticamente, e afirmam que a eliminação das mesmas resulta em melhora do padrão muscular dos indivíduos afetados.

Cohen10 (1965), comparou maloclusões tratadas com maloclusões não tratadas ortodonticamente.

Andrews2 (1972), publicou o famoso artigo “As seis chaves da oclusão normal”, no qual descreve as características comuns encontradas em 120 casos de oclusão normal, que foram analisadas, e que nunca se haviam submetido e tratamento ortodôntico. Seus achados começaram a ser considerados como a meta “ideal” estatística a ser obtida no final dos tratamentos ortodônticos.

Dawson11 (1973), afirmou que o diagnóstico diferencial deve constar de:

a) uma manipulação acurada da mandíbula para obtenção da relação cêntrica;

b) palpação do músculo pterigóideo lateral;

c) construção de um dispositivo que elimine a intercuspidação dos dentes (front-plateau), que o paciente deverá usar durante 24 horas.

Janson, W.A. et al.26 (1973), disseram que, modernamente, a oclusão perdeu a individualidade, passando a ser considerada como parte de um todo, o sistema estomatognático (SE) que, por sua vez, é uma unidade constituinte do organismo humano. Ponderam ainda que, no tratamento de pacientes, a meta final é estabelecer e manter uma relação bem equilibrada e harmônica do SE. O equilíbrio da dentadura refere-se não só ao contato físico dos dentes e seus efeitos sobre o periodonto, como também a seus efeitos sobre a fisiologia do sistema neuromuscular e da ATM.

Roth46-47 (1976-1981), seguindo aquele “ideal” estatístico, buscou uma oclusão funcional, de acordo com os princípios gnatológicos. Sempre que as seis chaves são obtidas com a mandíbula em relação cêntrica, obtém-se uma oclusão funcionalmente “ideal”.

Passanezi39 (1979), com o objetivo de avaliar a eficiência do diagnóstico diferencial de Dawson, e da técnica de ajuste recomendada pelo Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru, da USP, fez ajuste oclusal em 21 pacientes que apresentavam sintomatologia de dor e disfunção miofacial. Todos demonstravam dor à palpação do músculo pterigóideo lateral, ocorrendo a eliminação dos sintomas em 100% dos pacientes após a realização do ajuste, comprovando a sua eficácia.

Ingervall22 (1982), opnou que é essencial que o ortodontista integre uma visão funcional da maloclusão ao tratá-la ortodonticamente.

Laine31 (1983), observou que o tratamento ortodôntico, mesmo quando bem sucedido, não elimina certos aspectos das maloclusões, sempre passíveis de serem detectadas em estudos epidemiológicos.

Rinchuse43 (1983), observou em pacientes tratados ortodonticamente e em indivíduos com oclusão estatística ideal, um número desprezível mas semelhante de interferências no movimento de protusão.

Janson, W.A. et al.27 (1984), disse que os objetivos do ajuste é melhorar as relações funcionais da dentadura, de sorte que os dentes e o periodonto de sustentação recebam estímulo funcional uniforme, propiciando assim as condições necessárias para a saúde do sistema neuromuscular e da ATM.

Moyers35 (1984), observou que a presença contínua da desarmonia oclusal pode levar a uma repetição das novas trajetórias reflexas, e o que resulta é uma oclusão adquirida e tão praticada que se assemelha a posição oclusal ideal.

Gazit18 (1985), observou que em relação ao ponto de vista do tônus muscular e ou das ATMs, o posicionamento em oclusão cêntrica pode ser assimétrico, porque possivelmente foi adquirido como resultado de movimentação mandibular para acomodar interferências oclusais.

Durbin15 (1986), em estudos com relação a mudanças dentais pós tratamento ortodôntico após longos períodos de tratamento notou que uma variedade de mudanças oclusais ocorrem depois da fase ativa do tratamento ortodôntico. Estas mudanças podem ocorrer imediatamente após a remoção dos aparelhos ativos ou durante o período de acentamento pós tratamento ou anos mais tarde.

Janson25 (1986), avaliou 20 casos tratados ortodonticamente, pelo Departamento de Ortodontia da FOB-USP, terminados dentro de um período de 1 ano. Os resultados obtidos demonstraram que 85% dos casos não foram terminados, coincidindo a máxima intercuspidação dentária com a relação cêntrica. Encontrou 10% desses casos com presença de disfunçào mandibular.

Dawson13 (1988), analisando o conteúdo de um artigo escrito na Revista Forbes, sob o título: “Distúrbios da ATM, A nova doença psicológica”, combateu seu conteúdo dizendo que raramente o problema é puramente psicológico. No entanto, como qualquer distúrbio dos sistemas do corpo, o estresse emocional diminui a resistência do paciente e intensifica o dano. Assim, ele pode ser um fator colateral, mas raramente é a causa.

Okeson38 (1989), fez um resumo da oclusão funcional ideal, como segue:

1- Quando a boca se fecha, os côndilos estão na posição mais ântero-superior (estável músculo-esqueletalmente), apoiados nas vertentes posteriores das eminências articulares, com os discos propriamente interpostos. Nesta posição, há contatos homogêneos e simultâneos de todos os dentes posteriores. Os dentes anteriores também se constatam, mas um pouco mais suavemente do que os posteriores.

2- Todos os contatos dentários promovem carga axial das forças oclusais.

3- Quando a mandíbula se move numa posição laterotrusiva, há guias dentários de contato no lado laterotrusivo (de trabalho) para desocluir imediatamente o lado mediotrusivo (de não trabalho). A guia mais desejável é fornecida pelos caninos (levantamento pelos caninos).

4- Quando a mandíbula se move numa posição mais protusiva, há adequados contatos dentários dirigidos aos dentes anteriores, para desocluir imediatamente todos os dentes posteriores.

5- Na posição habitual, durante a mastigação, os contatos dos dentes posteriores são mais pesados do que os contatos dos anteriores.

Fantini17 (1990), afirmou que, partindo-se do princípio de que os fatores oclusais possam ser responsáveis pelo surgimento de distúrbios da articulação temporomandibular, fica evidente a responsabilidade das diversas especialidades da Odontologia, na prevenção e no tratamento daquela disfunção. Ainda não se definiu de forma clara o papel exercido pela Ortodontia dentro deste contexto. Esta especialidade tem sido responsabilizada, por alguns autores, pelo surgimento de disfunções da ATM. Por outro lado, as correções ortodônticas têm sido consideradas o método de eleição para o tratamento das disfunções mandibulares provocadas por alterações da oclusão.

Williamson63 (1992), concluiu que na ortodontia tradicional o principal objetivo do diagnóstico e do tratamento era alcançar a oclusão cêntrica, em relacionamento oclusal estético.

Barbosa6 (1992), relatou que os preceitos determinantes para que uma oclusão seja considerada funcional, juntamente com as posições dos dentes prescritas por Andrews2, preconizam a finalização do tratamento como oclusão cêntrica e a relação cêntrica coincidentes.

Torres54 (1994), avaliou que a meta final do tratamento ortodôntico deve ser a obtenção de um relacionamento oclusal funcional bem como a restauração e preservação da relação centrada dos côndilos possibilitando uma atividade muscular mínima durante a função. Isto é obtido a partir dos dados fornecidos pelo diagnóstico cuidadoso, em relação cêntrica.

5-DISCUSSÃO

Quando está saudável, a anatomia oclusal dos dentes, funciona em harmonia com as estruturas que controlam os movimentos da mandíbula. As estruturas que determinam estes movimentos são as articulações temporo-mandibulares e os dentes anteriores. Durante qualquer movimento, uma relação única dessas estruturas se combina para determinar uma trajetória precisa e que pode ser repetida. Para manter a harmonia da condição oclusal, os dentes posteriores devem ficar perto mas não devem contactar os dentes opostos durante os movimentos mandibulares. É importante examinar cada estrutura com cuidado e observar como a forma anatômica de cada estrutura determina a morfologia oclusal necessária para se conseguir uma relação oclusal ideal. As estruturas que controlam os movimentos mandibulares se dividem em dois tipos: aquelas que influenciam no movimento da porção posterior da mandíbula e aquelas que influenciam no movimento da porção anterior da mandíbula. As ATMs são consideradas os fatores de controle posterior e os dentes anteriores os fatores de controle anterior. Os dentes posteriores se situam entre estes dois fatores de controle e dessa forma podem ser afetados por ambos em graus variados. À medida que o condilo sai da posição de relação cêntrica, ele desliza na eminência articular da fossa mandibular. A proporção que ele se move para baixo enquanto a mandíbula está sendo protruída depende da angulação da eminência articular. Se a superfície é muito angulosa, o condilo vai descrever um trajeto inclinado verticalmente. Se ela é mais plana, o condilo irá percorrer um trajeto que é menos inclinado verticalmente. O ângulo no qual o condilo se move a partir de um plano horizontal de referência é chamado de guia condilar. Geralmente o ângulo da guia condilar gerado pelo condilo orbitante quando a mandíbula move-se lateralmente é maior do que quando a mandíbula protrui para frente. Isto se deve ao fato de que a parte mediana da fossa mandibular é geralmente mais angulosa do que a eminência articular da fossa diretamente anterior ao condilo. As duas ATMs fornecem a guia para a porção posterior da mandíbula e são responsáveis para determinar o tipo de movimento mandibular posterior. A guia condilar é considerada um fator fixo, porque num paciente fisiologicamente estável ela é inalterável. Ela pode ser alterada, no entanto, sob certas condições ( trauma, doenças ou cirurgias). Como as ATMs determinam ou controlam a maneira na qual a porção posterior da mandibula se move, assim os dentes anteriores determinam como a parte anterior se move. Quando a mandíbula protrui ou se move lateralmente, as bordas incisais dos dentes inferiores ocluem com as superfícies linguais dos dentes ântero- superiores. A angulação dessas superfícies linguais determinam a quantidade do movimento vertical da mandíbula. Se as superfícies são muito angulosas, o aspecto da mandíbula se traduz em um trajeto bem anguloso. Se os dentes anteriores tiverem pouco trespasse vertical, eles vão fornecer pouca guia vertical durante o movimento mandibular. A guia anterior não é considerada como um fator fixo mas sim variável. Ela pode der alterada por procedimentos dentários como restaurações, ortodontia e extrações, hábitos e desgastes dentais 38.

Os ortodontistas interferem em todos os componentes do sistema mastigatório, durante o tratamento, e consequentemente requer um conhecimento da oclusão que depende da classificação anatômica da málo- clusão como base para a ortodontia. Oclusão não é uma relação de contatos estáticos ou arranjos dentais. Ela é um sistema integrado de estruturas de suporte, ATMs, e sistema neuro-muscular. Um conceito pratico de oclusão ideal que reconhece a inter relação entre a ATM , dentes e sistema neuro-muscular é aceitável , sendo a base para a resolução de todos o problemas dos tratamentos ortodônticos53 . Em 1899 Angle postulou que, para uma oclusão ótima, é condição sine qua non, que a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior, deve ocluir não sulco vestibular entre a cúspide mésiovestibular e mediana do primeiro molar inferior 3. Angle não argumentou que este fator sózinho produziria a oclusão apropriada. Muitas oclusões, antes ou depois do tratamento, são inadequadas, embora esteja presente a relação molar preferida de Angle. Uma linha mestra mais recente, (1953) para a avaliação de um aspecto da oclusão, usa cefalometria radiográfica, A linha mestra mostra inclinações recomendadas dos incisivos centrais inferiores e superiores para várias relações intermaxilares 52. Este roteiro não pode ser aplicado intraoralmente ou com o modelo em si, porque ele diz respeito ao longo eixo do dente, que não pode ser visto clinicamente. Por essa razão, mesmo quando as inclinações ótimas dos incisivos são conseguidas junto com a relação molar preferida de Angle, a oclusão total ainda pode não ser ótima. Portanto, a pergunta que surgiu foi a de que se pudesse ser encontrado um conjunto completo de parâmetros para a avaliação da intercuspidação, sem o papel articular e sem uma observação lingual, possível somente por meio de montagem de modelos em articulador. De maneira ideal, isso tornaria possível assumir-se uma oclusão como ótima, ou pelo menos equilibrada, se todos os parâmetros estivessem presentes. As posições e relações interarcos de todas as coroas na coleção dos 120 modelos com oclusão ótima, foram estudadas por Andrews2, intensamente para se saber quais características, se existentes, ocorreriam consistentemente. O conceito de Angle3 sobre a relação molar cúspide-sulco validou-se novamente. No entanto, a articulação dos molares nestes modelos de dentição, exibiam três elementos fundamentais ao invés de um, e os outros dois são tão importantes quanto a necessidade da cúspide-sulco. Outros traços característicos da oclusão ótima se tornaram aparentes. Por exemplo, em uma dentadura com oclusão ótima, quase todo tipo de dente tem sua quantidade independente de angulação da coroa e inclinação; mas as quantidades para cada tipo de dente são similares em outras dentaduras ótimas. A profundidade da curva de Spee variou só moderadamente e era claramente um atributo importante de oclusão ótima. No conjunto, as Seis Chaves tornam possível chegar-se a uma oclusão a partir das faces vestibulares e oclusais, sem o uso de aparelhos de medição. A Chave 1- Relação interarcos, é a primeira das seis características significante que estavam consistentemente presentes nos 120 modelos de dentição com oclusão ótima. A chave 1 concerne à oclusão e às relações interarcos dos dentes. Esta chave consiste de sete partes: 1- A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior permanente oclui no sulco entre as cúspides vestibulares mesial e mediana do primeiro molar inferior permanente, como explicado por Angle3. 2- A crista marginal distal do primeiro molar superior oclui na crista marginal mesial do segundo molar inferior. 3- A cúspide mesiolingual do primeiro molar superior oclui na fossa central do primeiro molar inferior. 4- As cúspides vestibulares dos pré-molares superiores têm relação de cúspide-ameia com pré-molares inferiores. 5- As cúspides linguais dos pré-molares superiores têm uma relação cúspide fossa com os pré-molares inferiores. 6- O canino superior têm uma relação cúspide-ameia com o canino e primeiro pré-molar inferior. A ponta de sua cúspide fica levemente mesial à ameia. 7- Os incisivos superiores sobrepõem-se aos incisivos inferiores, e as linhas medianas dos arcos se ajustam. Podem ser observadas diretamente da perspectiva vestibular, a relação cúspide-ameia dos pré-molares e caninos, as condições cúspide-sulco e crista marginal dos molares, e trespasse horizontal dos incisivos. O eixo vestibular da coroa clínica permite acesso da oclusão lingual da cúspide dos molares e pré-molares quando estes dentes são vistos de seu aspecto mesiovestibular. As relações interarcos dos dentes posteriores de duas dentaduras podem ser as mesmas, mas a inter-relação das duas superfícies oclusais das duas dentaduras pode diferir por causa das inclinações diferentes das coroas. O julgamento da inclinação da coroa (e portanto inter-relação oclusal), não tem efeito da perspectiva vestibular. A inter-relação oclusal correta depende da relação interarcos correta, angulação e inclinação da coroa. A relação e angulação interarcos são melhores avaliadas da perspectiva vestibular; a inclinação para os dentes posteriores é melhor avaliada da perspectiva mesio vestibular da dentição. A avaliação da oclusão posterior primeiro do aspecto vestibular (para a relação e angulação interarcos) e depois do aspecto mesio bucal, fornece uma perspectiva que pode ser quantitativa e sistematicamente descrita. Tal informação, junto com outros parâmetros não-oclusais, fornece um conjunto de padrões com os quais os desvios oclusais podem ser identificados. A Chave 2 : Angulação da coroa- Essencialmente todas as coroas na amostra têm angulação positiva. Todas as coroas de cada tipo de dente são similares na quantidade de angulação. Wheeler60, nota a similaridade da posição da área de contato para cada tipo de dente, o que confirma os achados da amostra de oclusão ótima. A Chave 3 : Inclinação da coroa- Como acontece na angulação, os padrões consistentes também prevalecem na inclinação da coroa, com as seguintes características para os dentes individuais. 1- A maioria dos incisivos superiores (81,5%) têm inclinação positiva; os incisivos inferiores têm leve inclinação negativa. Na maior parte da amostra de oclusão ótima, o ângulo interincisal da coroa é menor que 180 graus. As coroas dos incisivos superiores são inclinadas mais positivamente, em relação a uma linha de 90 graus ao plano oclusal, do que os incisivos inferiores que são negativamente inclinados ã mesma linha. 2- As inclinações das coroas dos incisivos superiores são geralmente positivas, os centrais mais positivos que os laterais. Caninos e pré-molares são negativos e quase similares. As inclinações dos primeiros e segundos molares superiores também são similares e negativas, mais levemente que aquelas dos caninos e pré-molares. Os molares são mais negativos porque eles são medidos do sulco ao invés da proeminência vestibular, de onde os caninos e pré-molares são medidos. 3- As inclinações das coroas inferiores são progressivamente negativas dos incisivos até os segundos molares. A chave 4 : Rotações – A quarta chave para uma oclusão ótima é a ausência de rotações dentárias. Se uma linha ligando os pontos de contato de uma coroa variar mais que 2 graus da paralela a uma linha representando a forma do arco, o dente está rotacionado. Um dente rotacionado, às vezes, pode ser detectado da perspectiva vestibular nos modelos, mas a condição pode ser melhor observada da perspectiva oclusal. As rotações em 67% dos modelos após o tratamento, eram evidentes. A maior parte dos dentes rotacionados, eram aqueles que tinham necessitado translação durante o tratamento. A Chave 5 : Contatos justos – Os pontos de contato devem se tocar, a menos que exista discrepância no diâmetro mesio distal das coroas. Não incluindo os dentes ausentes ou discrepância do tamanho dos dentes, o espaço interdental indica angulação incorreta do incisivo superior, ou posição mesiodistal ou vestibulolingual incorreta de um ou mais dentes. Um ou mais espaços atribuídos ao tratamento incompleto, ao invés da discrepância do tamanho do dente, estavam evidentes em 43% dos modelos após o tratamento. A Chave 6 : Curva de Spee- A profundidade da curva de Spee varia de um plano até uma superfície levemente côncava. A curva de Spee está incorreta se estiver menor que 0 ou maior que 2,5mm. Uma curva de Spee estimada a ser maior que 2,5mm foi notada em 56% dos modelos após o tratamento. As seis chaves são elementos interdependentes do sistema estrutural da oclusão ótima. Como tal, elas servem como base para a avaliação da oclusão. Mais importante ainda é que as Seis Chaves podem ser usadas como objetivos de tratamento para a maioria dos pacientes. Pode não ser aceitável não atingirmos todos esses objetivos em todos os casos, mas é inadmissível pararmos de repente, quando estes são atingíveis 2.

Como seqüência aos fatores de equilíbrio oclusal, observamos na pesquisa em relação a contatos oclusais realizados por Gazit e Lierberman18, nos aponta um pequeno estudo demonstrativo das mudanças dinâmicas nos contatos oclusais que ocorrem logo depois do tratamento ortodontico. Teve como objetivo adicionar um grupo controle que não recebeu tratamento ortodontico, com crianças de idade similar para um grupo de acompanhamento posterior. O aumento do número de contatos encontrados em todos os 12 pacientes um ano depois do tratamento confirma a impressão clinica que a natureza aproxima os dentes com mais precisão que o aparelho ortodontico. Isto é mais devido a o largo processo de continua erupção e adaptação dentária. Apesar de haver um evidente aumento de contatos com o tempo, a pergunta de que ,porque certos dentes não atingem contato com seus antagonistas no arco oposto permanece sem resposta. Todos os 12 casos tratados selecionados para este estudo mostraram relações, vestibulolinguais e mesiodentais próximas dos ideal quando vistos pelo modelo, mas quando examinados pelo sistema de fotooclusão eles mostraram uma quantidade muito variada de contatos. O número médio de 17,4 contatos oclusais encontrados depois de 1 ano de tratamento ortodôntico comparado favoravelmente com 19,7 relatados por Mc Namara e Henry32 (1974), , em um grupo masculino de 16 a17 anos. Riise42 (1982), encontrou uma média de 17,1 contatos com seus exemplos de casos ortodônticos tratados, comparado a 18.4 em um grupo de não tratados com idades similares.

A quantidade de exemplos não nos permite uma comparação acurada do número de contatos nos casos com ou sem extrações apesar de que neste estudo observou-se que após tratamento dos casos com extração é o mesmo dos outros exemplos. Observou-se que contatos fortes aparecem mais freqüente na área de molares e é semelhante aquela encontrada por Ehrlich16 (1981). Se concordarmos que o desempenho mastigatório é correspondente a quantidade do número de contatos oclusais (Beyron 1959 e Yurkstas8 1965), torna se mais importante avaliar estes contatos pelos métodos de avaliação mais precisas. Uma importante vantagem da técnica de fotooclusão é que ela pode servir como um registro da relação dos contatos oclusais dos pré e pós tratamento de pacientes determinados 18.

Quando apreciamos o estudo das alterações do estado morfofuncional da maloclusões de classe I e classe II div. 1, por meio do tratamento ortodôntico17, observamos que ao início e ao término do tratamento das maloclusões de CI I e CI II div. 1 , o número médio de contatos oclusais em RC foi pequeno, não havendo diferença estatística significante entre os valores iniciais e finais (CI I: 3,25 pontos ao início e 3,50 ao término; CI II div. 1 : 2,50 ao início, e 2,83 ao término). Estes resultados assemelham-se àqueles encontrados por AOKI colab.4 (1970), em indivíduos com oclusão normal, onde 80% da amostra apresentaram de 1 a 4 contatos em RC. WADA 57 (1980), em trabalho semelhante, informa que 6 meses após o término do tratamento ortodôntico, o número médio de contatos foi em RC foi de 17,4, julgando-o baixo. Afirma ainda, que o pequeno número de contatos dentários observados em sua pesquisa, continua interferindo, mesmo após a correção, com a eficiência mastigatória.

Constatou-se no presente estudo, que o número médio de contatos oclusais em MIC, na maloclusão de CI I foi de 7, ao início do tratamento, e de 8, ao término do mesmo, havendo uma diferença estatística significante entre eles.

Já na maloclusão de CI II div. 1 , não se constatou diferença estatística significante entre os números médios de contatos oclusais em MIC, comparadas as fases inicial e final do tratamento (10,5 e 8 contatos, respectivamente). Novamente, os resultados comparam-se àqueles observados por AOKI et al.4, (1970), o qual verificou que o número de contatos oclusais em MIC, variou de 7 a 14. GAZIT & LIBERMAN 18 (1985) encontraram ao remover os aparelhos ortodônticos, um número médio de contatos oclusais em MIC de 11,2, variando entre 5 e 18. Um ano mais tarde, todos os indivíduos apresentaram um aumento do referido número, da ordem de 56%, indicando que alterações dinâmicas pós-tratamento contribuem para o aumento do número de contatos oclusais. DURBIN & SADOWSKI 15 (1986) observaram um número médio de 10,11 contatos em MIC, duas horas após a remoção do aparelho ortodôntico, aumentando para 11,53, após três meses de contenção. Estes valores foram julgados muito menores do que aqueles considerados ideais por HELLMAN20 (1921) e por RICKETTS 41 (1969).

Embora não tenha havido diferença estatística significante no número de contatos oclusais em RC, comparando-se as fases de início e término do tratamento em ambas as maloclusões estudadas, observa-se numa análise percentual , alguma tendência de aumento dos referidos contatos ao término das correções, em 50% dos dois grupos estudados. Já em MIC, 83% dos indivíduos com maloclusão de CI II div. 1 , denotaram tendência de diminuição do número de contatos oclusais ao término do tratamento.

Segundo dados das Tabelas de FANTINI17, constatou-se que não houve neste estudo, diferença estatística significante ao comparar-se o número de contatos prematuros em RC, presentes ao início e ao término do tratamento ortodôntico, nas maloclusões estudadas (CI I ao início: 0,38, e término: 0,38; CI II div. 1 ao início: 0,33, e término: 0,67). Verifica-se também, que o percentual de indivíduos com os referidos contatos prematuros manteve-se curiosamente elevado e constante, comparando-se as fases estudadas em ambas as maloclusões (CI I: 25%; CI II div. 1 : 33,3%). Observa-se entretanto, que a incidência de contatos prematuros nos dois grupos de maloclusão estudados foi menor do que aquela encontrada por INGERVALL et al 23 (1980) , NILNER & LASSING37 (1981), NILNER36 (1981), MOHLIN34 (1983) e WANMAN & AGERBERG (58) (1986), cujos resultados variaram entre 43,9% (INGERVALL et at.23 1980) e 83% (NILNER36 1981), ao serem analisados grupos de indivíduos não tratados ortodonticamente e de diferentes faixas etárias. A incidência de contatos prematuros em RC apresentadas nas tabelas encontra-se também consideravelmente abaixo daquela observada por COHEN10 (1965), que comparou maloclusões tratadas (90% de incidência) com as não tratadas ortodonticamente (91,7%).

As tabelas de Fantini17 informam que não houve neste estudo, uma diferença estatística significante ao comparar-se o número de interferências oclusais presentes ao início e ao término do tratamento ortodôntico, tanto na região anterior como posterior das arcadas, no movimento protusivo, nas mal-oclusões de CI I e de CI II div. 1 .Entretanto, verifica-se nas tabelas , que a incidência de interferências oclusais no movimento protusivo (maloclusão de CI I) apresentou tendência de diminuição, tanto na região anterior como posterior das arcadas, pois, passaram de 75% para 37,5% e de 100% para 62,5%, respectivamente. Na maloclusão de CI II div. 1 , esta tendência de diminuição se manifestou apenas na região anterior das arcadas, passando de 50% para 33,3%. Na região posterior, a incidência das interferências em protusiva manteve-se constante (83,3%). SADOWSKI & BE GOLE48 (1980) e SADOWSKI & POLSON49 (1984) também constataram alta incidência de interferências no movimento protusivo, tanto em pacientes tratados ortodonticamente, como em indivíduos com maloclusões não tratadas. Por outro lado, RINCHUSE & SASSOUNI43 (1983) observaram em pacientes tratados ortodonticamente e em indivíduos com oclusão estatística ideal, um número desprezível mas semelhante de interferências no movimento protusivo.

Finalmente, verifica-se nas tabelas de Fantini17, que não houve diferença estatística significante ao comparar-se o número de interferências oclusais presentes ao início e ao término do tratamento ortodôntico, nas maloclusões estudadas, durante os movimentos de lateralidade direita e esquerda, nos lados de trabalho e balanceio. Por outro lado, numa análise percentual, observa-se alguma tendência para a diminuição de indivíduos com as referidas interferências em ambas as maloclusões, com exceção da maloclusão de CI II div. 1. , na lateralidade direita, tanto no lado de trabalho como de balanceio. Nestas posições, a porcentagem de indivíduos com interferência ao início e ao término do tratamento se manteve constante (0% no lado de trabalho e 66,6%, no de balanceio). Cabe ressaltar que, embora tenha apresentado uma tendência à diminuição ou se tenha mantido estável após os tratamentos ortodônticos, a incidência de interferências em balanceio direito e esquerdo nas maloclusões estudadas, é bastante alta, tanto ao início como ao término das correções, variando entre 50% e 100%. Estes resultados confirmam a alta incidência de interferência em balanceio, observadas por SADOWSKI & BE GOLE 48 (1980), MOHLIN34, (1983) RINCHUSE & SASSOUNI43 (1983), SADOWSKI & POLSON49 ( 1984), DE LAAT & VAN STEENBERGHE14 (1985) e WANMAN & AGERBEG59 (1986), cujos resultados variaram de um mínimo de 30% (WANMAN & AGERBEG,59 (1986), até um máximo de 97% (RINCHUSE & SASSOUNI,43 (1983), encontrados em grupos de indivíduos tratados ou não tratados ortodonticamente. AHLGREN & POSSELT1 (1963) concluem que as interferências, em geral, são comuns tanto nos casos com maloclusão (55%), como naqueles tratados ortodonticamente (61%), e afirmam que a eliminação das mesmas resulta em melhora do padrão muscular dos indivíduos afetados.

Já nos casos de maloclusões de classe II div. 1 obtive- se que segundo dados das tabelas, não há diferença estatística significante entre as maloclusões de CI I e de CI II div. 1, tanto ao início como ao término das correções, na grande maioria das variáveis estudadas. As diferenças estatísticas significantes ao início do tratamento, entre ambas as maloclusões, limitam-se ao número de contatos oclusais em MIC e ao grau de sobressaliência anterior, cuja diferença foi altamente significante. Os números médios de contatos oclusais em MIC foram de 7 na maloclusão de CI I 10,5, na maloclusão de CI II div. 1 . A sobressaliência mediu em média, 3,69mm na CI I e 7,75mm na CI II div. 1 , na fase inicial. A diferença altamente significante, no grau de sobressaliência constatado nas maloclusões estudadas, não constitui surpresa, já que as diferenças anatômicas entre elas são conhecidas desde que ANGLE 3 (1907), publicou a classificação das maloclusões.

Na fase inicial do tratamento ortodôntico, encontra-se diferenças estatísticas altamente significantes entre as maloclusões de CI I e de CI II div. 1 apenas no grau de sobremordida e de sobressaliência, indicando que ambas as maloclusões mantém certas diferenças morfológicas, mesmo após a correção. De acordo com LAINE & HAUSEN31 (1983), o tratamento ortodôntico, mesmo quando bem sucedido, não elimina certos aspectos das maloclusões, sempre passíveis de serem detectados em estudos epidemiológicos.

A ausência quase total de diferença significante entre as maloclusões de CI I e de CI II div. 1 , constatada neste estudo, tanto ao início quanto ao término do tratamento, sugere que, apesar das características anatômicas diferirem, o mesmo não ocorre com aspectos funcionais da oclusão. Talvez seja esta a razão pela qual não se detectou em diversos estudos já mencionados, uma correção significante entre as maloclusões e as disfunções mandibulares, cabendo salientar mais uma vez, a importância dos aspectos funcionais da oclusão, na etiologia da referida disfunção.

Os valores porcentuais apresentados denotam uma tendência de melhora da sobremordida ao final do tratamento, em 50% dos indivíduos com CI I e em 100% daqueles com CI II div. 1 . Porém, os valores médios , informam não haver diferença estatística significante no grau de sobremordida, entre início e término do tratamento ortodôntico, nas duas maloclusões estudadas. Por outro lado, analisando-se as alterações ocorridas, no grau de sobressaliência, em ambas as maloclusões, verifica-se uma diferença estatística significante entre as fases de início e término do tratamento, diminuindo de 3,69mm para 1,94mm na maloclusão de CI I, e de 7,75mm para 3,17mm, na de CI II div.1 .

De um modo geral, o tratamento ortodôntico parece ter influenciado de forma benéfica, a relação entre os dentes anteriores. Entretanto, embora fosse de grande interesse, não se investigou neste estudo a incidência de guia anterior imediata na amostra empregada, já que segundo JARABAK28 (1956), WILLIAMSOM61 (1981), e TUVERSON55 (1980), a maioria dos indivíduos tratados ortodonticamente não apresenta aquela característica.

Considerando-se que as correções ortodônticas não só implicam em grande trabalho, como relativamente em alto custo, seria de todo interesse que tivessem o mérito de favorecer resultados os mais benéficos possíveis. Entretanto, observou-se neste estudo que, infelizmente, o estado morfofuncional da oclusão não se alterou significantemente, quando comparadas as fases de início e término do tratamento. Praticamente, observou-se na última etapa do tratamento, o mesmo número de interferências presentes antes das correções. Os resultados obtidos não permitem julgar-se a técnica adotada neste estudo, como incapaz de promover as melhoras funcionais desejadas. Pode-se deduzir apenas que, nas condições em que os tratamentos se processaram, as alterações morfofuncionais esperadas não foram obtidas. Segundo TUVERSON56 (1969), os fatores limitantes do tratamento ortodôntico, que poderiam comprometer um resultado favorável, são: o grau original da maloclusão, o potencial de crescimento durante e após o período de tratamento, discrepâncias de tamanho e anomalias de forma dos dentes, cooperação do paciente durante a correção e a contenção, hábitos musculares não controlados e tratamentos restauradores deficientes. Entretanto, na opinião de ROTH44 (1973), as interferências encontradas em pacientes tratados ortodoticamente, parecem ser decorrentes de falhas na correção do relacionamento ântero-posterior e transversal, das arcadas, bem como insuficiência de torque lingual nos dentes posteriores superiores, e excesso daquele torque, nos dentes posteriores inferiores. Observa-se por meio de diversos trabalhos, a existência de critérios já estabelecidos, que visam à correção dos aspectos funcionais nas maloclusões, por meio dos tratamentos ortodônticos TIMM et al.53 (1976); WILLIAMSON62 (1983); INGERVALL22 (1982). Entretanto, parece haver uma resistência por parte dos ortodontistas em geral, em aplicarem os recursos clínicos que signifiquem melhor consciência dos critérios de funcionalidade existentes. Talvez esta relutância se justifique pelas limitações impostas às correções ortodônticas já mencionadas, e pelo grau de aprimoramento técnico necessário para que se atue em níveis tão precisos. Segundo TIMM et al.53 (1976), os objetivos ortodônticos devem incluir, entre outros aspectos, a obtenção de contatos múltiplos e equilibrados entre os dentes em RC e MIC, e de movimentos irrestritos nas excursões mandibulares. Contribuíram para isto, a correta angulação dos dentes e a eliminação dos contatos prematuros presentes. Segundo JANSON25 (1986), o ajuste oclusal realizado de 6 meses a 1 ano após o término das correções, possibilita entre outros aspectos, a eliminação de interferências durante os movimentos funcionais da mandíbula, e o aumento do número de contatos na oclusão de relação cêntrica. ROTH44 (1973), também adota o ajuste oclusal como método de refinamento dos resultados ortodônticos, porém, não de forma rotineira, pois, trata-se de um procedimento que exige muita precisão e consumo de tempo, devendo ser reservado apenas para os casos nos quais o tratamento ortodôntico não tenha alcançado um resultado ideal.

Finalmente, na opinião de INGERVALL22 (1982), é essencial que o ortodontista integre uma visão funcional da maloclusão ao tratá-la ortodonticamente.

Nos estudos das mudanças dentais pós tratamento ortôdontico realizadas por Durbin15 (1986), observou-se que, em estudos de casos após longos períodos de tratamento tem-se mostrado que uma variedade de mudanças oclusais ocorrem depois da fase ativa do tratamento ortodôntico. Estas mudanças podem ocorrer imediatamente após a remoção dos aparelhos ativos ou durante o período de acentamento pós tratamento ou anos mais tarde. Algumas destas mudanças podem ser benéficas e desejáveis, como a melhora de intercuspidação e outras indesejáveis e conseqüentes reincidivas.

Contenções são geralmente usadas depois da fase de tratamento ortodôntico ativo para manter as diminuições dos arcos e alinhamento dos dentes enquanto permitimos o acentamento pós-tratamento. Alguns profissionais preferem os posicionadores para guiar ativamente esta fase inicial de contenção, outros usam contenções menos ativas, contenções convencionais e permitem forças intrínsecas, como aquela provenientes da oclusão, lábios, língua (e bochechas), para influenciar a posição dos dentes. A seleção de posicionadores (muito menos ativos), contenções convencionais é muito empírica e a eficiência dos posicionadores quando comparada com as contenções convencionais não tem sido adequadamente documentada.

Segundo Claes Riise 42 , em seu estudo clinico do número contatos oclusiais em posição de intercuspidação com pressões leves e fortes em jovens e adultos, na posição habitual de intercuspidação (oclusão central), havia, na maioria dos casos, um pequeno número de contatos dentais quando a pressão era leve em vez de forte.

Quando jovens eram comparados com adultos, havia um número significantemente menor de contatos com pressões leves em adultos. Durante a pressão forte não havia significante diferença entre os grupos. Não havia significante diferença no número de contatos dentais entre leves e fortes pressões entre pacientes tratados ortodonticamente e não tratados ortodonticamente.

No grupo dos jovens aproximadamente 5% dos contatos apareceram em restaurações com leve pressão, enquanto aproximadamente 10% apareceram com fortes pressões. Não houve diferença significante entre aqueles com e sem contatos e restaurações quando se diz respeito ao número de contatos no com leves ou fortes pressões. Se o número de contatos no estudo de 106 adultos (adultos A), depois de ajustes oclusais com articulador, for comparada com o número de contatos oclusais com forte pressão encontrados clinicamente em 35 deles, nenhuma diferença significativas pode ser constatada.

Outra questão de grande importância nas relações oclusais em ortodontia , se traduz na importância do diagnóstico em relação cêntrica. segundo Peter Dawson 12 (1993), relação cêntrica pode ser definida com as diversas situações da mandibula com a maxila, quando o conjunto côndilo- disco ( propriamente alinhado) está na posição mais superior e anterior contra a eminência , indenpendente da posição dos dentes ou da dimensão vertical. A hipótese de uma oclusão não exibir relação cêntrica, próxima de O.C, não significa haver necessidade de tratamento, principalmente quando esta ocorrência for assintomática. Portanto, o fato da oclusão desviar-se do conceito clássico, não é suficiente para a decisão de submeter o paciente a tratamento. Mas, se existem sintomas que justifiquem o tratamento, a meta deverá ser uma oclusão relacionada centricamente na qual a intercuspidação dos dentes ocorra com a mandíbula em R.C. Segundo Torres54 (1994), A meta final do tratamento ortodôntico deve ser a obtenção de um relacionamento oclusal funcional, bem como a restauração e preservação da relação centrada dos côndilos possibilitando uma atividade muscular mínima durante a função. Isto é obtido a partir de dados fornecidos pelo diagnóstico cuidadoso, em relação cêntrica. Vários sinais e sintomas devem ser considerados: – desgates oclusais, mobilidades excessiva, sons na ATM, limite de abertura ou movimento, dor mio-facial, espasmos da musculatura mandibular, tornando a manipulação difícil ou impossível. Se um ou mais desses sintomas estão presentes, é prudente o emprego de uma placa miorelaxante. Os sintomas podem , então, ser eliminados ou avaliados, possibilitando manipulação acurada da mandibula, antes de se propor a colocação do aparelho.

Um conceito de oclusão de valor limitado em ortodontia, na opinião de Timm et al.53 (1976), , é baseado em requisitos rígidos relacionados a relação cêntrica, relacionamentos de cúspide-fossa e guia do canino. Quando uma oclusão é reconstruída de acordo com os conceitos da “gnatologia”, a anatomia oclusal é planejada para guiar a mandíbula para um contato em relação cêntrica no fechamento. Entretanto, a aplicação prática desse conceito na ortodontia é raramente conseguida por causa da dificuldade no posicionamento dos dentes posteriores de modo a cada cúspide ocluir numa fossa. Por outro lado, o conceito de “ponto cêntrico” , isto é , a oclusão cêntrica coincidente com a relação cêntrica, exigindo que a cúspide de apoio esteja numa fossa também não é uma meta realística para a ortodontia ou ajuste oclusal.

Na ortodontia tradicional o principal objetivo do diagnóstico e do tratamento era alcançar a oclusão cêntrica, em relacionamento oclusal estético63 . O conceito de uma oclusão harmoniosa será baseado no relacionamento dos primeiros molares3 , utilizando como guia a oclusão cêntrica transferida para uma montagem estática feita com os modelos de estudos iniciais durante o tratamento inteiro. Consequentemente se a terapia ortodôntica for baseada no diagnóstico realizado em oclusão cêntrica, na finalização irá apresentar mais interferências oclusais e também maior capacidade de exercer forças de forma assimétrica sobre a musculatura as ATMs, podendo induzir a danos na dentição futuramente18 . Com o advento do conceito de eixo terminal de rotação visando uma relação centralizada dos côndilos, foi ampliado o conceito de oclusão de forma a incluir o envolvimento da ATMs41. Atualmente os objetivos das intervenções ortodônticas foram estendidas até incluir a obtenção da relação dentária que facilitem a função oclusal ótima62-63. Desta forma para selecionar a mecânica de tratamento mais adequada para cada caso é fundamental estar ciente do objetivo que se quer alcançar ao final da terapia, a partir de um diagnóstico integral e um plano de tratamento incluindo a estética, o posicionamento dentário e a oclusão funcional ( posição mandibular). Os preceitos determinantes para que uma oclusão seja considerada funcional45, juntamente com as posições dos dentes prescritas por Andrews2, preconizam a finalização do tratamento com oclusão cêntrica e a relação cêntrica coincidentes6. É muito importante ter uma indicação correta da posição condilar, exista ou não indicação de disfunção da ATM, no exame inicial a mandibula do paciente deve ser manipulada até ser conseguida a posição de relação cêntrica63. Do ponto de vista do tônus muscular e ou das ATMs, o posicionamento em oclusão cêntrica pode ser assimétrico, porque possivelmente foi adquirido como resultado de movimentação mandibular para acomodar interferências oclusais18. Como a presença contínua da desarmonia oclusal pode levar a uma repetição das novas trajetórias reflexas, o resultado é uma oclusão adquirida e tão praticada que se assemelha a posição oclusal ideal35.

6-CONCLUSÕES

Quanto ao aspecto morfofuncional da oclusão estudado por Fantini17, em indivíduos com maloclusões de classe I e classe II div. 1, tratados segundo técnica do arco de canto modificada por Holdaway 21 (1952), com extrações de quatro pré-molares, não se obteve alterações significantes. Apenas o número de contatos oclusais em MIC apresentou um aumento significante ao término do tratamento, nas maloclusões de classe I. Não se constatou em geral, uma diferença significante entre as maloclusões de classe I e de classe II div.1, ao comparar-se o estado morfofuncional de ambas as maloclusões, tanto ao início como ao término do tratamento ortodôntico. Apenas o número de contatos oclusais em MIC demonstrou diferença significante entre as maloclusões ,na fase iniciadas correções. Não houve alterações significantes no grau de sobremordida, comparando-se as fases de início e termino de tratamento, entretanto observou-se uma diminuição do grau de sobressaliência ao término do tratamento de ambas as maloclusões17.

Sendo os ortodontistas, peritos em oclusão seus resultados de tratamento nem sempre satisfazem os padrões oclusais de outros especialistas ou estudiosos. Cabe, portanto a pergunta: “os objetivos dos ortodontistas são diferentes de outros especialistas, ou há limitações clínicas a serem consideradas ?”

Antes, durante e , principalmente, ao final de cada tratamento ortodôntico, algumas observações se tornam importantes, para que se consiga uma oclusão equilibrada e consequentemente, funcional.

Os movimentos funcionais devem ser analisados rigorosamente em todas as visitas do paciente, pois, durante a movimentação dos dentes, a oclusão experimentará constantes mudanças, implicando portanto em freqüentes ajustes.

É um detalhe importante da prática ortodôntica, a obediência aos princípios e as técnicas do equilíbrio oclusal, e ninguém melhor do que o próprio ortodontista para equilibrar a oclusão dos pacientes ortodônticos.

Antes da remoção do aparelho é essencial que certos movimentos mandibulares sejam feitos, para observar se a oclusão é funcional ou admite interferências. Testar os movimentos de lateralidade, tendo como guia o canino no lado de trabalho, e desoclusão no lado oposto ou função em grupo no lado de trabalho, e desoclusão no lado oposto . Testar o movimento protrusivo: Quando a mandibula está nesta posição os únicos dentes em contato devem ser os anteriores, podendo ser, apenas os incisivos centrais superiores com os incisivos inferiores, ou ainda os incisivos superiores com os incisivos e caninos inferiores , ou ainda os incisivos e caninos superiores com os incisivos, caninos e pré-molares inferiores Barbosa7 (1994).

E finalizando, o diagnóstico ortodôntico deve ser baseado nos requisitos de forma e função, para que os dentes sejam posicionados de modo a assegurar a exigências de harmonia entre a oclusão e o padrão de movimento mandibular 19-24.

7-SUMMARY

This revew was done to analyse the necessary factors to be conscient of the aim that we would like to reach at the end of the treatment’s end with an occlusion thought. To reach these aims we need a completely diagnostic and a treatment plan, with teeth positions, functional occlusion mandibular position that goes well with muscle and articular position and facial esthetic.

Nowadays the orthodontic sees the occlusion in a more dinamic way, with the teeth in harmonious function with the temporo mandibular articulation, neuro-muscle system, periodontal tissue of support and the basal bone. The general principles of the occlusion report that the centric teeth occlusion is equals of the mandible centric relation when you close the mouth and the teeth are in contact, with cusp cavity relation ship and the mutual teeth proctetion in the excursions movements. With these and other factors we try to look for a stable and balanced occlusion at the end of our work.

Keys words: Occlusion, Orthodontic, Prosthetic.

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